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Capítulo VII | Estágio (18ªParte)


Ferido um furriel

Dos comandos em Chitolo

Vinha um turra com ele

Com a clavícula num bolo

Que dia de Carnaval

A pobre tropa aqui passa

A máscara é semrpe igual

Na cara cá desta raça

Vou a esta operação

Para saber dar valor

Aos atiradores que vão

Mato a dentro com ardor

Hoje andamos a valer

E era quase meio dia

Um turra pôs-se a correr

Aos tiros à Companhia

Afinal sempre fugiu

Ninguém o pode evitar

Pois se a malta nem o viu

Quanto mais o apanhar

Dormir molhados no chão

Em cima de um monte ao frio

Os atiradores têm razão

Só fala quem nunca viu

O pessoal está cansado

E tivemos algum azar

Estava tudo abandonado

Só galinhas a cantar

A Nangololo hoje foi

Em coluna o Esquadrão

Uma armadilha destroi

5 homens sem compaixão

No cemitério entraram

Para tirar fotografias

A armadilha rebentaram

JAcabaram-se seus dias

Situado em Mueda

Um acampamento reles

Alguns turras, pois pudera

Levaram dois nossos com eles

O azar hoje entrou

Às portas do Batalhão

Um condutor já "lerpou"

Mais 6 feridos estão

Um fornilho* foi o motivo

Do infeliz acontecimento

Dois pelotões nossos em activo

Nem sequer um ferimento

Aos comandos pertencia

Tanto o morto como os feridos

O azar os perseguia

Andavam muito esmorecidos

Quatro tiveram a morte

Outros seis, feridos estão

Na má-pique pouca sorte

Quantos mais cairão?

*FORNILHO- Caixão de pólvora, que se enterra, para o fazer explodir.

(Relato escrito diariamente entre 17/02/1969 e 02/03/1969)

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