Capítulo VII | Estágio (18ªParte)
- Manuel de Oliveira e Silva
- 2 de fev. de 2019
- 1 min de leitura

Ferido um furriel
Dos comandos em Chitolo
Vinha um turra com ele
Com a clavícula num bolo
Que dia de Carnaval
A pobre tropa aqui passa
A máscara é semrpe igual
Na cara cá desta raça
Vou a esta operação
Para saber dar valor
Aos atiradores que vão
Mato a dentro com ardor
Hoje andamos a valer
E era quase meio dia
Um turra pôs-se a correr
Aos tiros à Companhia
Afinal sempre fugiu
Ninguém o pode evitar
Pois se a malta nem o viu
Quanto mais o apanhar
Dormir molhados no chão
Em cima de um monte ao frio
Os atiradores têm razão
Só fala quem nunca viu
O pessoal está cansado
E tivemos algum azar
Estava tudo abandonado
Só galinhas a cantar
A Nangololo hoje foi
Em coluna o Esquadrão
Uma armadilha destroi
5 homens sem compaixão
No cemitério entraram
Para tirar fotografias
A armadilha rebentaram
JAcabaram-se seus dias
Situado em Mueda
Um acampamento reles
Alguns turras, pois pudera
Levaram dois nossos com eles
O azar hoje entrou
Às portas do Batalhão
Um condutor já "lerpou"
Mais 6 feridos estão
Um fornilho* foi o motivo
Do infeliz acontecimento
Dois pelotões nossos em activo
Nem sequer um ferimento
Aos comandos pertencia
Tanto o morto como os feridos
O azar os perseguia
Andavam muito esmorecidos
Quatro tiveram a morte
Outros seis, feridos estão
Na má-pique pouca sorte
Quantos mais cairão?
*FORNILHO- Caixão de pólvora, que se enterra, para o fazer explodir.
(Relato escrito diariamente entre 17/02/1969 e 02/03/1969)
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