top of page

Capítulo XIX | O Segundo Ano de Comissão (4ªParte)


Guerra colonial Moçambique 1969 arma apreendida ao inimigo
Verso de fofografia " Mueda, Uma das várias armas apreendidas ao inimigo"

O Sagal foi atacado

Já duas vezes seguidas

Da segunda, ao nosso lado

Houve perda de três vidas

Este foi só o segundo

Temos ainda o primeiro

Que parecia o fim do mundo

Com descargas de morteiro

Há lá duas companhias

Com as respectivas missões

Uma vela todos os dias

A outra faz operações

Uma delas africana

A que essa noite velava

A outra estava na cama

Enquanto o turra rondava

Ao ver tudo adormecido

E o quartel mal guardado

Mostrou que era destruido

Cortando o arame farpado

Um condutor que acordou

Pôs-se a olhar em redor

Via os turras e gritou

Que senão era pior

Um caso tão desumano

Não conheço outro assim

Pois hoje um açoreano

Deu um tiro ao Amorim.

Bom rapaz o falecido

Bom cozinheiro e soldado

Morreu por ter discutido

Um caso, com o malvado

Sangue frio e descontração

Oh que assassino qualquer.

Não poderá ter perdão

O que será da mulher?

Eu e a malta da Flatt

Num terreno pequenino

Depois de dois meses de "frete"

Temos alface e pepino

Tomates estão a crescer

Bem bonitos por sinal

É o que nos vai valer,

Que a comida nada vale

A vinte e quatro e cinquenta e um

Que em Mueda nos rendeu

Por não fazerem nenhum

Julgavam estar a ****

Para o mato nunca iam

Nem picar o areal

Ptrulha não as faziam

E a coisa ia mal

Mas o Zé turra é que é esperto

Ao vê-los acobardados

Mostrou queem campo aberto

Sabe enfrentar os soldados

Então o golpe estudaram

E logo para começar

As águas foram atacar

E três mortos causaram

O comandante de então

Foi o da minha ****

Vendo que não davam luta

Expulsou-os do batalhão

(Relato escrito diariamente entre 14/10/1969 e 08/11/1969)

5 visualizações
Categorias
Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Tags
bottom of page