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Capítulo V | Embarque

  • Manuel de Oliveira e Silva
  • 24 de fev. de 2018
  • 1 min de leitura

Guerrilha Revista para Militares Julho 1969

I

Mal o dia era chegado

Em Alcântara atracado

Um barco estava a esperar

Que um grande contingente

De tropas do continente

Partisse pró Ultramar

As tropas logo chegaram

As bagagens embarcaram

E voltaram a sair

Não só para desfilar

Mas também para chorar

Quando foi ao despedir

Agora falo por mim

Sinto tal e qual assim

Como o vou descrever

O pior do embarcar

É ter de abraçar

Quem talvez não torne a ver

Abracei-me com ternura

Áquela miuda pura

Como uma rosa em botão

Sofri, porque hei de mentir

Mas disse-lhe adeus a rir

Chorar, isso é que não

Revista Guerrilha (Interior)

II

Se chorasse aliviava

A dor que me trespassava

E dois anos durará

Até que um barco qualquer

Me ponha frente à mulher

Que por mim esperará

Se esse dia chegar

Que eu volte do Ultramar

Inteiro ao Continente

Valeu a pena sofrer

Só para depois te ver

Risonha na minha frente

Parto com fé e esperança

Em ti tenho confiança

Só te tenho a ti na vida

Não me quero arrepender

De tanto por ti sofrer

Na hora da despedida

Agora vou disfarçando

De rosto bem levantado

Mostrar-te que sou leal

E um dia hei de voltar

Para depois te abraçar

Em nome de Portugal

(Relato escrito dia 28 de Maio de 1968)

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