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Capítulo VI | A Viagem "Ida" (3ªParte)


Revista Guerrilha (página de Moçambique) e brasão da Companhia

Os grandes navios de agora

Comparados aos d'outrora

Não se podem "igualar"

Mesmo assim os nossos avós

Naquelas cascas de nóz

Foram os heróis do mar

Estamos quase a passar

O cabo, onde o mar

Não inspira confiança

Mesmo assim foi baptizado

Pelo nosso antepassado

Cabo da boa esperança

Parece que não condiz

O nome que darhe quiz

Esse grande marinheiro

Não nasceu p'ra baptizar

Mas sim p'ró atravessar

Com arrojo altaneiro

O gigante Adamastor

Hoje não causa terror

A quem tem de lá passar

Tenho em Deus confiança

E que o Cabo da Boa Esperança

Me dê esperança de voltar

O mar hoje é todo calma

Tal e qual a minha alma

Parece anestesiada

Pois que de tanto querer

Fartou-se já de sofrer

Tem a paixão refreada

Esta tarde já avisto

À paisagem não resisto

E às luzes da capital

Desta gente portuguesa

Morena por natureza

Mas de sangue ao nosso igual

A cidade que apontei

E ontem á noite cheguei

Para um domingo passar

É bonita de verdade

Ao vê-la fez-me saudade

E Lisboa recordar

Lourenço Marques, que linda

A minha visita finda

Porque volto a partir

Não tenhas pena de mim

Não deve ser o meu fim

Eu hei-de te tornar a ver

(Relato escrito diariamente entre 03/06/1968 e 10/06/1968)

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