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Fado a Mueda | Poema em Tempo de Guerra

  • Manuel de Oliveira e Silva
  • 27 de mar. de 2018
  • 1 min de leitura

Mar e Areia

Mueda maldita terra

Tu és o centro da guerra

Na qual eu cheguei há pouco

Aqui chovem as granadas

Ataques e morteiradas

É dum tipo ficar louco

Conheço-te até ao fim

Tu já não tens para mim

Segredos para guardar

Mueda, de baixo a cima

Estou dentro do teu clima

Para viver a lutar

Aqui a camaradagem

É tão pura como a aragem

Que pelo céu vai voando

Em Mueda a cada instante

Se ouve uma voz gritante

Vai para o mato malandro

Mueda que és uma mina

Para Santos e pró China

Que é um tipo experiente

Tanto ou tão pouco interesseiro

Que vende a água do Vimeiro

Ao preço da aguardente

Queria uns copos entornar

Para as saudades matar

E para dar cor ao rosto

Mas digam cá para mim

Se com água a um preço assim

Se pode andar maldisposto

Mueda da ilusão

Onde a messe do Batalhão

É um suplício atrós

Se não fosse a aviação

Ter lagosta e camarão

O que seria de nós

Buzinas

(Escrito em 1968)

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